Folha de S. Paulo - 7 de janeiro de 2025
As críticas do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a "decisões secretas" de tribunais da América Latina fazem parte de um jogo retórico, porque quem têm tribunais secretos são as plataformas, afirma Marie Santini, diretora do NetLab, laboratório de pesquisa em desinformação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"Em nenhum momento ele fala de transparência. E a cada ano a Meta diminui a transparência e a possibilidade de pesquisadores observarem o que acontece dentro da plataforma", afirma.
A pesquisadora avalia que se o objetivo fosse enfrentar a censura, a plataforma deveria aumentar a transparência para que fosse possível saber como, quando e onde a moderação, remoção, curadoria de conteúdos —pagos ou não— acontece. "Mas a declaração dele vai no sentido contrário", diz.