Lupa UOL - 08 de janeiro de 2025
As mudanças nas diretrizes de comunidade da Meta — que enfraquecem as proteções contra discriminação de gênero e raça — são vistas como uma afronta às políticas de igualdade e inclusão. Especialistas ouvidos pela Lupa afirmam que a medida reforça estereótipos de gênero e raça nas redes sociais da plataforma e devem ser judicializadas no Brasil.
Na terça-feira (7), a Meta anunciou uma série de medidas, incluindo o fim do Programa de Verificação de Fatos - 3PFC nos Estados Unidos e a diminuição das restrições para conteúdos sobre imigração e identidade de gênero, que, segundo a plataforma, são frequentemente alvo de discurso político e debate. “O que começou como um movimento para ser mais inclusivo tem sido cada vez mais usado para calar opiniões e excluir pessoas com ideias diferentes, e isso foi longe demais”, afirmou o diretor-executivo Mark Zuckerberg.
As diretrizes foram publicadas inicialmente na versão em inglês — e foram atualizadas nesta quinta-feira (9) na versão brasileira — afirmam que a plataforma permitirá “alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, considerando discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade, bem como o uso comum e não literal de termos como ‘esquisito’”. Ou seja, qualquer usuário poderia postar que pessoas transgênero são doentes mentais.
“Quando estamos falando de moderação de conteúdo, a gente está falando de uma garantia de direitos, e não necessariamente um desrespeito à liberdade de expressão. E esse é um discurso que já vem sendo usado há algum tempo por aqueles que são contrários à regulação das plataformas”. – Débora Salles, coordenadora de pesquisas do NetLab.